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Início Inspiração Os pés no Mar Negro e o coração nas mãos da Geórgia…
Batumi, Geórgia
Batumi, uma cidade costeira, no Mar Negro, na Geórgia. Foto: Jorge Duarte Estevão

Os pés no Mar Negro e o coração nas mãos da Geórgia…

De Portugal a Macau Inspiração Viagens Europa Geórgia
Jorge Duarte Estevão
Actualizado a 21/07/2023
2 Comentários

Dezenas de turistas, na maioria de origem russa, aproveitam os últimos raios de sol em Batumi – uma espécie de estância balnear da Geórgia. A água do Mar Negro, com temperatura amena, permite-lhes ficar por ali até ser noite, até mesmo durante a noite.

A areia – leia-se o empedrado da praia – encontra-se paralela a uma barulhenta, movimentada e ruidosa estrada. Em alguns locais, vejo o esgoto a cair no mar.

O movimento de carros e muitos, muitos camiões, é incessante e insuportável. Numa outra linha paralela à estrada e à praia, correm para norte e sul, comboios de mercadorias. Alguns parecem transportar crude de ou para o terminal de Batumi.

Um cenário que não parece muito distinto da marginal de Cascais, em que carros e comboios passam a rasar o mar. Em alguns locais, a construção é tão assustadora quanto em algumas zonas entre Lisboa e Oeiras, por exemplo. O cenário urbano e paisagístico, porém, é distinto: mais feio, poluído e muito menos atractivo.

Batumi, é uma cidade costeira do Mar Negro e capital da Ajária, uma república autónoma no sudoeste da Geórgia. Por onde quer que vou viajando, sempre que digo que estive em Batumi, vejo os olhos dos georgianos a cintilar – alguns estão roídos de inveja.

Batumi é o local onde os jovens procuram mar quente e animação nocturna. Talvez seja assim, mas para quem viaja de Portugal, como eu, só mesmo se Batumi fosse a única praia do país alguém iria lá banhar-se. É quase assim na Geórgia. Não restam outras alternativas e Batumi é a melhor (e a pior) praia que têm à disposição.

Esta antiga república soviética, não estava no meu itinerário de viagem De Portugal a Macau. Já há muito, porém, que a queria visitar. Não pelas suas praias, mas pelas outras paisagens, mais altas, mais puras, mais montanhosas, como Svaneti (Mestia) ou Kazbegi.

Chego, porém, da Turquia e Batumi é o porto onde atraco por uns dias. Se na Turquia, o estilo de condução já era agressivo ou pouco civilizado, na Geórgia atinge um nível épico.

Parece que do dia para a noite a toda a população foi entregue uma carta de condução, sem necessitar de fazer qualquer exame, de conhecer as regras de trânsito, de compreender a necessidade de respeitar os limites de velocidade ou ajustá-los de acordo com o tipo de piso ou mau estado do mesmo.

Os níveis de testosterona – talvez associados a altos níveis de chacha (a tradicional e forte bebida alcoólica popular na Geórgia) – tornam qualquer viagem pelas estradas da Geórgia um inferno.

Em contraste com a Turquia, todavia, na Geórgia as estradas são más e os condutores de transportes colectivos são tão desvairados, alucinados e irresponsáveis, como os condutores de carros particulares.

Nunca, até aqui, havia visto tamanha estupidez ao volante. Por nada se abranda para parar numa passadeira. Nem tão pouco para se desviar das inúmeras vacas que se alimentam livremente nas pastagens à beira da estrada ou que, repetidamente, dormitam no alcatrão.

Até ao fim de Abril de 2019, já tinham sido registadas 450 mortes nas estradas da Geórgia. E os 450 óbitos até representam um decréscimo em relação ao período homólogo.

Quase sete mil pessoas perderam a vida ao volante na última década. Os números negros – mais que o Mar que banha Batumi – e as severas punições (dos quatro aos sete anos de cadeia) parecem não ter qualquer influência na forma de condução e na reversão das estatísticas.

Não é, por isso, surpreendente que por todo o lado, os carros estejam amassados, com faróis danificados, sem pára-choques ou com pedaços de chapa presos por corda ou arame. E também não constitui surpresa que por todo o lado encontre oficinas de reparação automóvel e bate-chapas. É um negócio que floresce.

Em mais de um mês de viagem pela Geórgia, foi fácil perceber (mas não aceitar) a perigosa – e muitas vezes fatal – combinação de más estradas, condutores irresponsáveis, carros velhos, animais na estrada e consumo de vinho e chacha.

Nas lojas de conveniência é preciso navegar por litros de álcool e fintar dezenas de garrafas e marcas de vodka ou brandy, cerveja e vinho, para conseguir comprar uma garrafa de água. As vitrines apelam a esse consumo, desmedido, sem controlo. Beber com moderação parece ser um lema proibido por aqui.

Nas primeiras horas em Batumi – e mais tarde noutras zonas do país – fico chocado com este comportamento. Talvez por isso muitos se benzam ao entrar para os minibus (marshrutkas).

Por outro lado, vejo também jovens, a praticar futebol. E uma população orgulhosa da sua culinária e, claro, dos seus vinhos. Diz-se que a produção vinícola terá começado por estas bandas há cerca de oito mil anos. Da quase abstinência da Turquia em relação ao álcool e do vício em ayran (um iogurte salgado) da Turquia, navego para um mar de bebidas alcoólicas.

Esqueço as mesquitas e as orações que me despertam de noite e de dia na Turquia, para conhecer um país igualmente conservador, mas fiel à igreja cristã ortodoxa. Mosteiros e igrejas erguem-se em qualquer lugar e até mesmo em locais que parecem inalcançáveis.

Na praia, as mulheres vestem biquínis sem restrições, dispensam lenços na cabeça. Nos restaurantes, cafés, marshrutkas ou carros privados ouve-se música sem parar – maioritariamente de estilo popular georgiano.

Janto num dos restaurantes mais recomendados de Batumi, onde decorre um casamento. Afinal, em Portugal, na Capadócia, ou na Geórgia, o Verão é tempo de uniões matrimoniais, de celebrações amorosas.

E nada fica ao acaso, pois bailarinos tradicionais e Dj’s são contratados, cuja selecção musical oscila entre popular e electrónica ou entre sons locais e cantores turcos – afinal a fronteira está mesmo ali ao lado.

Convidam-me para me juntar à festa, até para dançar, mas os meus pés (de chumbo) preferem servir de pilares e por ali ficar a assistir a este espectáculo diferente do que estou habituado.

Só uma coisa não muda, pois em todas as festas há sempre o chamado “rei da festa”, que aproveita para lançar as mãos à cintura, ancas (e ainda mais abaixo), enquanto dança com algumas mulheres.

O marido ou namorado de uma das “vítimas” – atento que nem um falcão – fotografa um desses momentos com o telemóvel e partilha-o com alguém no Whatsapp.

No final da noite, e já todos bem bebidos, desconfio que terão havido algumas discussões. Pelo menos aí nessa festa há vários táxis estacionados à porta do restaurante e preparados para levar os convidados para casa. Talvez nessa noite tivesse sido mais seguro atravessar a estrada em Batumi.

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2 comentários

  1. MILTON BARBIERI diz

    19/07/2023 em 14:19

    Olá Jorge, bom dia! Adorei o artigo sobre a Geórgia, país onde eu e minha esposa iremos em Setembro/Outubro. Gostaria de saber se as estradas são asfaltadas desde Tiblisi para Kazbegi, Kutaisi, Batumi e Kakheti? Desde já agradeço. Abraços, Milton (Brasil)

    Responder
    • Jorge Duarte Estevão diz

      21/07/2023 em 12:17

      Olá Milton. Obrigado pelo comentário. Sim, todas essas estradas são asfaltadas, embora nem sempre em boas condições 🙂

      Responder

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Jorge Duarte Estevão

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Prefiro ser tratado por tu. Nasci no Alentejo, mas já visitei 60 países. Alentejano de raça pura – mas escrevo sem sotaque. Acima de tudo, sou um viajante.

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