Estive esta semana presente na pré-abertura – apenas para a imprensa – da Temperate House. A enorme estufa dos em Londres, reabre este sábado ao público após cinco anos de trabalhos de restauração.
No total, foram gastos 41 milhões de libras (56 milhões de euros) para revitalizar esta importante estufa dos mais fantásticos jardins de Inglaterra, situados no sudoeste de Londres. O custo total foi financiado pelo fundo da Lotaria Nacional, governo britânico e doadores privados.
Em 2010, um relatório do governo britânico sobre o estado dos jardins botânicos concluiu que a renovação era urgente ou seria necessário fechar as portas por tempo indeterminado. E
m 2013, as enormes portas de vidro e ferro desta majestosa estrutura botânica, foram encerradas para o mais complexo projecto de restauração da história dos Kew Gardens. Inaugurada em 1863, a Temperate House será reaberta ao público este sábado, 5 de Maio.
Dez mil plantas foram substituídas por espécimes mais recentes, enquanto outras foram cuidadosamente devolvidas após passarem os últimos anos numa estufa temporária. Para completar o projecto foram necessários 180 km de andaimes, tendo servido, entre outras coisas para retirar 13 camadas de tinta do aço da estrutura.
Espaço suficiente para três Boeing 747
A Temperate House (Casa Temperada) é tão grande que teria capacidade para abrigar três Boeing 747 no seu interior. Nos últimos cinco anos – depois de um extenso e complexo projecto de renovação – 69 mil elementos foram removidos, 15 mil painéis de vidro foram instalados, cinco mil litros de tinta deram cor à estrutura de aço.
Os responsáveis dos Kew Gardens estimam que não seja agora necessária qualquer manutenção nos próximos 25 anos.
Tratando-se, a Temperate House, de um edifício protegido pela lei britânica (Grade I listed – prédios de importância excepcional), as alterações estavam desde logo limitadas à partida.
A arquitecta-chefe do projecto, Aimée Felton, da equipa de arquitectos Donald Insall Associates, explicou-me que grande parte da complexidade do projecto esteve relacionada com a escolha dos materiais. No entanto, todo o processo requereu a retirada de todos os elementos, incluindo o solo, restando apenas o “esqueleto” de aço da estufa.
Por se tratar um local com elevado nível de humidade – e aberto ao público diariamente – será alvo de enorme e contínuo desgaste. Por isso, a escolha do pavimento, por exemplo, permite uma longa durabilidade e fácil limpeza.
De acordo com Aimée Felton, as tintas utilizadas são as mesmas que são aplicadas na construção de navios, ou seja, resistentes a corrosão por um longo período. Já na escolha dos painéis de vidro simples, mas espesso, foi necessário ter em atenção o efeito UV para não alterar as tonalidades dentro da Temperate House.
Galeria de imagens da Temperate House
Espaço de eleição para David Attenborough
O edifício abriga várias espécies únicas que foram extintas no habitat natural, incluindo cycad Encephalartos woodii, que sobreviveu durante milhões de anos, tendo até escapado aos dinossaruros, devido aos seus picos afiados.
David Attenborough, o famoso apresentador e naturalista, que completa no próximo dia 8 de Maio 92 anos, é um dos muitos moradores locais que rejubilam com a reabertura da grande estufa. Em declarações à imprensa inglesa, Attenborough afirmou: “Quando tinha um emprego de escritório e estava deprimido costumava ir aos Kew Gardens, nos fins-de-semana, para respirar fundo.
É fantástico.” Attenborough descreveu os Kew Gardens como o mais importante instituto botânico do mundo, salientando que muitos especialistas mundiais visitam os jardins para comprovar que determinada planta ainda não foi catalogada.
Já o horticultor-chefe Scott Taylor, que supervisiona a Temperate House, explicou-me que a disposição das plantas seguiu regras específicas, de acordo com a incidência do sol.
Por exemplo, algumas plantas foram colocadas na zona norte do edifício para ficarem mais protegidas da luz solar e o inverso sucedeu na parte sul. “Ao restaurar este edifício histórico, estamos garantindo a sua conservação, destacando a nossa herança botânica”, sublinhou.
Plantas presentes na Temperate House
Existem 1500 espécies de plantas em exibição, como a Leucospermum conocarpodendron subsp. conocarpodendron que foi cultivada a partir de sementes com mais de 200 anos de idade. As sementes foram guardadas numa carteira de couro entre 1803 a 2005, tendo sido descobertas por acaso por um pesquisador que examinava documentos nos Arquivos Britânicos.
Dentro da Temperate House, a cerca de meia hora do centro de Londres, a espécie Handroanthus Impetiginosus – que pode ser encontrada no Sul do México e no Norte da Argentina – é a maior planta em exibição, podendo atingir 8 metros.
As plantas da Temperate House em números
- 3 espécies de plantas na Temperate House estão extintas no habitat natural
- 5 continentes ou sub-continentes – é daqui que originam as espécies (América do Sul e do Norte, Ásia, África, Austrália e África)
- 70 espécies de plantas são raras ou estão ameaçadas de extinção
- 150 plantas de espécies foram plantadas a partir do Projecto Banco de Sementes do Milénio – um projecto de conservação dos Kew Gardens para proteger espécies da extinção
- 500 plantas foram removidas no início da restauração
- 1300 metros cúbicos de composto foram utilizados
- 1500 espécies diferentes em exibição
- 10000 plantas foram replantadas na Temperate House
Principais factos sobre renovação da Temperate House, nos Kew Gardens
- 56 milhões de euros foi o custo total da renovação
- 1731 dias foram necessários para concluir o projecto da Temperate House
- 400 funcionários e empreiteiros trabalharam no projecto
- 69000 elementos individuais foram removidos do edifício e limpos, reparados ou substituídos
- 15000 painéis de vidro substituídos
- 19 metros é o ponto mais alto da estrutura
- 180 km de andaimes – o equivalente ao comprimento da M25 – auto-estrada que circunda Londres
- 5280 litros de tinta usados – suficiente para cobrir quatro campos de futebol
- 3 Boeing 747 – o tamanho da estrutura da estufa seria suficiente para acolher três aviões de passageiros
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