Bukhara, a par de Samarcanda, é talvez a cidade mais popular do Uzbequistão. E tal como Samarcanda, era uma das paragens da antiga Rota da Seda, às portas do deserto de Kyzyl Kum. Sobra o que fazer e visitar em Bukhara, pois a cidade está repleta de edifícios e monumentos históricos.
A pura mestria e habilidade com que foram construídos os minaretes, cúpulas, mesquitas, fortalezas e madrassas desta cidade deixam qualquer um perplexo. Alguns edifícios têm mais de mil anos e no auge do comércio da Rota da Seda, Bukhara era o centro islâmico mais importante do mundo.
No século VI a.C, Bukhara era o centro da civilização persa. O nome Bukhara era considerado por alguns especialistas como uma espécie de centro de aprendizagem, particularmente para estudos islâmicos, embora tenha demorado dezenas de anos até o Islão se tornar a religião dominante. Bukhara ainda apresenta aspectos que remetem para os diferentes períodos, com influências árabes, persas, mongóis ou samânidas.
Esta cidade uzbeque — Património Mundial da UNESCO — está dividida em duas partes: a zona histórica e a zona nova. A maioria dos habitantes ocupa a cidade nova, mas é na parte mais antiga que se encontram as principais atracções para visitar em Bukhara.
Não é, para mim, uma cidade tão interessante quanto Samarcanda e ainda muito menos que Khiva, mas pode-se visitar em Bukhara lugares diferentes durante dias a fio. E com uma história tão longa, não é surpresa que haja tanto para ver e fazer em Bukhara.
O que fazer e visitar em Bukhara
A cidade velha de Bukhara passou por muitas restaurações nas últimas décadas e isso torna-a menos autêntica, porém é uma cidade viva.
Não é só a história da cidade, mas a animação que aí se vive que fazem dela um local deslumbrante para visitar no Uzbequistão. Seja pela incrível Arca de Bukhara ou pela imponência da Mesquita de Kalon, há motivos suficientes para passar uns óptimos dias na cidade viva.
Arca de Bukhara
Esta impressionante fortaleza tem sido um símbolo de poder há milénios. A Arca de Bukhara, que neste caso significa cidadela, foi criada para manter os governantes em segurança e usada também como fortaleza real. Mesmo que seja apenas uma espreitadela junto às muralhas exteriores, este é um dos pontos que tem de visitar em Bukhara.
A Arca é a estrutura mais antiga de Bukhara — que foi destruída e reconstruída muitas vezes — abrigando no seu interior uma mesquita bem preservada e um pequeno museu que conta um pouco da história de Bukhara. Antes de ser bombardeada pela última vez, abrigava quase a cidade inteira dentro dos muros.
Horário da Arca de Bukhara
Todos os dias das 9h00 às 20h00
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Madrassa de Abdulaziz-Khan
A Madrassa de Abdulaziz-Khan foi construída dezenas de anos após a Madrassa de Ulugbek e demonstra a evolução arquitectónica no período entre as duas obras.
A Madrassa de Ulugbek apresenta linhas muito mais simples, enquanto a Madrassa de Abdulaziz Khan é estupenda e ornamentada. As paredes e portais desta madrassa exibem as técnicas de decoração usadas na época, com relevos ou azulejos coloridos. O interior, tal como em vários outros locais de Bukhara, foi convertido numa loja de recordações…
Complexo de Lyab-i Hauz
Lyab-i Hauz vem da língua persa e significa lago ou perto da lagoa e esta era, supostamente, uma das várias que existiriam na área de Bukhara durante a Idade Média, pois a escassez de recursos hídricos, era imensa. Bukhara situa-se às portas do deserto de Kyzyl Kum, um grande deserto do Uzbequistão e Cazaquistão e dos maiores do mundo.
O Lyab-i Hauz é um pequeno lago situado na cidade velha. O complexo de Lyab-i Hauz, porém, é distinto por incluir a Madrassa de Nadir Divan-Begi – um raro exemplo onde a arquitectura árabe usou formas animais, além das figuras geométricas. A zona é bastante procurada pela população local, sobretudo ao final do dia.
Galeria de fotografia Shavkat Boltaev
Na cidade velha de Bukhara existe uma pequena e intrigante galeria de fotografia a preto e branco onde vale a pena dar uma espreitadela. Situada numa antiga caravanserai, em frente ao complexo Khoja Gaukushan, as imagens retratam cenas da vida quotidiana uzbeque.
As imagens do fotógrafo local Shavkat Boltaev tentam mostrar a autenticidade de Bukhara ou momentos únicos como uma tempestade de areia ou de neve. A entrada é gratuita, mas pode comprar impressões e postais para suportar o trabalho do artista.
Madrassa Mir-i-Arabi
Em Bukhara pode ver várias madrassas. Aliás, em tempos áureos, a cidade tinha mais de 150 e os estudantes dessas escolas islâmicas levavam por vezes décadas até concluir os estudos, findos os quais podiam tornar-se imã. O currículo incluía matemática, poesia, lógica e claro o Alcorão.
Esta terá sido a única escola religiosa islâmica em toda a União Soviética autorizada após a Segunda Guerra Mundial, como gesto de gratidão pelo contributo dos soldados locais no conflito.
Esta Madrassa está ainda em actividade e, devido a isso, a entrada está vedada aos visitantes. No entanto, pode admirar as suas formas arquitectónicas desde o lado de fora, em particular a brilhante cúpula azul no topo, e também espreitar através de uma janela para o interior.
Minarete de Kalyan | Complexo Po-i-Kalyan
O Minarete de Kalyan é, sem dúvida, um local emblemático e de visita obrigatória em Bukhara. Este compete em altura — com o Minarete de Islam Khoja, em Khiva — pelo título do mais alto do Uzbequistão. O minarete faz parte do complexo Po-i-Kalyan que era tão importante que até Genghis Khan decidiu não o destruir quando invadiu a cidade.
Foi construído em 1127 com tijolos de terracota ou argila o que confere à estrutura um padrão peculiar. O Minarete de Kalyan é também conhecido como a “torre da morte”, pois durante séculos, era aqui que eram executados os bandidos: eram atirados do cimo do minarete.
O complexo inclui a Mesquita de Kalyan (também conhecida como Kalan ou Kalon), a Madrassa Mir-i-Arab e o Minarete de Kalyan e é um dos exemplos mais fantásticos da arquitectura islâmica. A subida é sombria e íngreme até ao cimo do edifício, mas a vista de Bukhara justifica o esforço.
Este foi um dos locais onde passei mais tempo, pois é dos poucos em Bukhara que não está invadido por barracas de recordações e vendedores ávidos por clientes. Visite este lugar em Bukhara ao pôr-do-sol, pois é muito bonito a essa hora.
Cúpulas de comércio
Nesta cidade uzbeque, como em Samarcanda, o comércio era vital para a sua preservação. Em Bukhara, uma espécie de lembrança dos tempos idos da Rota da Seda continua presente nas antigas cúpulas comerciais.
Actualmente irá ver pequenas lojas e barraquinhas de recordações, jóias, cerâmica, têxteis e até música tradicional uzbeque. No Verão, os tectos em forma de abóboda constituem um bom abrigo do sufoco das temperaturas de Bukhara.
Chor Minor
Chor minor, também conhecido como Madrassa de Khalif Niyaz-kul, é um local escondido numa zona residencial de Bukhara e nem todos os visitantes se dão ao trabalho de lá ir — o que é pena. O edifício é pequeno, mas o jardim envolvente e os quatro minaretes conferem-lhe um carácter único.
Há várias teorias para a presença das quatro torres, especulando-se, numa dessas teorias, que cada minarete represente uma diferente religião. Outras teorias dizem que cada uma das torres simboliza uma mulher bonita e, portanto, foi ornamentada de forma distinta.
Chor Minor, que significa quatro minaretes na língua tajique, é um dos edifícios mais charmosos de Bukhara e é um dos locais que vivamente aconselho a visitar em Bukhara. Pode subir ao nível superior para ter uma vista da cidade.
Mausoléu Samânida
Único na Ásia Central em termos de arquitectura e valor cultural, o Mausoléu de Mavzoley Samanidov foi construído no século X. O mausoléu está localizado no belo Parque Samanidov e é onde está o túmulo de Ismail Somon. Este é um dos poucos edifícios mais antigos que restam do Império Samânida — o primeiro estado de origem iraniana a controlar a Ásia Central.
Afastado do centro turístico, o Mausoléu de Mavzoley Samanidov é um óptimo local para fugir aos restantes visitantes e mergulhar numa zona onde as famílias locais se concentram para passear e até fazer churrascos. Construído por volta de 892, escapou à fúria de Genghis Khan, já que terá sido enterrado na lama e só há menos de 100 anos foi redescoberto.
Outros lugares para ver em Bukhara
Existe muito para ver em Bukhara e a lista acima não inclui, naturalmente, todos os locais para explorar nesta cidade do Uzbequistão. Estes são outros dos locais que pode conhecer na sua viagem a Bukhara.
- Necrópole de Chor-Bakr
- Santuário de Baha-ud-Din Naqshband Bukhar
- Palácio Sitorai Mokhi-Khosa
- Mercado de Kolkhoznyy Rynok
- Madrassa de Ulugbek
- Plataforma de observação Minorasi Majmuasi
- Mesquita Bolo Hauz
Mapa dos locais para visitar em Bukhara
Informação extra
Quanto tempo necessito para visitar Bukhara
Bukhara é uma cidade pequena e a maioria das coisas que há para ver estão concentradas numa só área, com excepção de um ou dois pontos turísticos como o Mausoléu de Mavzoley Samanidov ou o Chor Minor. Por isso, pode caminhar para qualquer lugar.
Bukhara não foi das cidades que mais me seduziram, devo confessar. E até posso dividir da seguinte forma a minha opinião sobre a cidade uzbeque:
O que gostei em Bukhara: genial recuperação dos edifícios, arquitectura islâmica espectacular, bons restaurantes e alojamento, gente simpática.
O que não gostei em Bukhara: cidade demasiado turística, imensas lojas, muitos vendedores, bastante confusa e achei-a pouca autêntica.
Posto isto, diria que dois dias são suficientes para ver Bukhara.
Quando visitar Bukhara
A melhor época para visitar Bukhara é de Março a Junho e de Setembro a meados de Novembro, embora seja possível viajar para Bukhara em qualquer altura do ano. Tenha em mente que o calor é sufocante no Verão, com temperaturas acima dos 40°. Portanto, planeie bem o seu roteiro no Uzbequistão e tente evitar os meses de Julho e Agosto.
No entanto, se a sua viagem coincidir com os meses de Verão, como foi o meu caso, ajuste os seus passeios por Bukhara — acorde cedo, prolongue o almoço e passeie de novo ao final do dia e à noite.
Visto para o Uzbequistão e Bukhara
Se viajar do Brasil ou Portugal está isento de visto para viajar para o Uzbequistão, desde que não exceda 30 dias. Não se esqueça, porém, que necessita de seis meses de validade no passaporte e tem de efectuar o registo em qualquer unidade de alojamento em que fique instalado. Este registo é tratado pelos proprietários, mas mantenha consigo os documentos, pois estes vão ser exigidos à saída do país pelas autoridades.
Dinheiro em Bukhara
A moeda oficial Uzbequistão é o Som uzbeque (UZS) e existem em circulação notas de 1, 3, 5, 10, 25, 50, 100, 200, 500, 1000, 5000 e 10000 Som. Também estão em uso moedas com várias denominações entre 1 e 100 Som.
No Uzbequistão nem sempre é fácil encontrar máquinas ATM que funcionem. Em Bukhara, porém existem várias. Aliás, entre Samarcanda, Khiva e Tashkent foi o local onde foi mais fácil levantar dinheiro numa caixa automática. Existem várias no centro histórico, entre o Complexo de Lyab-i Hauz e as cúpulas de comércio.
Muitos dos locais no Uzbequistão apenas aceitam dinheiro, mas não precisa de trocar antes da viagem. É vital viajar para o Uzbequistão com dois cartões: um da rede MasterCard e outro da rede Visa, pois algumas máquinas ATM só aceitam uma ou outra rede.
Eu uso o cartão Wise e o cartão Revolut para evitar taxas e comissões bancárias. Viajo sempre com ambos.
Internet e Wi-fi
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Transportes em Bukhara — e como chegar
Avião
A Aeroflot voa para Tashkent, com escala em Moscovo, mas por vezes é mais barato voar para Almaty, no Cazaquistão, e apanhar um comboio nocturno para Shymkent ou Tashkent. Eu uso o Skyscanner para consultar os horários e preços e marcar os voos.
Comboio
É muito fácil viajar para Bukhara desde Tashkent (perto de seis horas). Existem ligações de alta velocidade e comboios tradicionais durante o dia e também de noite. Além disso, é também muito fácil viajar para Khiva desde Bukhara (cerca de seis horas) com o novo serviço de alta velocidade entre as duas cidades.
Pode também apanhar um comboio para Urgench e aí apanhar um autocarro ou táxi (cerca de meia hora de Urgench para Khiva). Existem igualmente ligações regulares para Samarcanda (cerca de três horas).
Autocarro e táxi
De autocarro pode chegar a Bukhara desde Tashkent, com partida da estação rodoviária perto do Metro de Olmazor.
Também pode viajar para Khiva desde Bukhara num táxi partilhado e o tempo de viagem oscila entre seis ou sete horas, consoante os dotes do seu condutor.
Onde ficar em Bukhara
Fiquei instalado várias noites na Parivash Guest House e posso recomendá-la sem qualquer problema. A proprietária é simpática, cozinha bem, o pequeno-almoço é bom e o preço condiz com o que é oferecido.
Caso não haja vaga nessa casa particular, um dos melhores locais para pernoitar em Bukhara é o Kukaldosh Boutique Hotel. Uma unidade de alojamento fantástica, com um pátio exterior, e bonita decoração, além de tarifas económicas.
Dentro do mesmo género, uma outra recomendação é o Hotel Malika Bukhara, com quartos elegantes e estilo clássico.
Se precisar de outras opções, com ambiente acolhedor e bem localizados veja estes cinco excelentes hotéis em Bukhara:
- Boutique Hotel Minzifa (9.1)
- Hotel Khurjin (9.3)
- Lyabi House Hotel (8.9)
- Usman Heritage Hotel (9.8)
- Hotel Volida Boutique (9.4)
Seguro de viagem
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Organizo e lidero viagens em grupo para destinos que conheço bem. E só faço viagens com pequenos grupos (máximo de 12 pessoas).
Já estive em 60 países, por isso se tiver uma viagem em mente com um grupo de amigos, familiares ou colegas de trabalho, contacte-me e terei todo o prazer em planear, organizar e liderar a viagem que deseja. O roteiro poderá ser desenhado à medida, assim como o orçamento e actividades.
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