Há anos que idealizava fazer uma viagem de longa duração. Partir, sem ter data para voltar, sem precisar de contar os dias ou as horas até ao voo de regresso. Quanto mais viajo, mais devagar quero sentir os lugares, mais tempo sinto necessitar em cada aldeia, vila ou cidade.
E mais disponibilidade preciso para fotografar no terreno e, em simultâneo, captar a essência dos locais, gentes, culturas e paisagens. Precisava, numa palavra, de tempo. Decidi, por isso, partir de comboio De Portugal a Macau.
Porquê fazer esta grande viagem?
Tinha inúmeras outras ideias, algumas delas que tenho ainda em mente fazer – se mais tarde tiver essa oportunidade. Por exemplo, percorrer todos os países da América do Sul. Mas tenho outros três ou quatro projectos guardados para os próximos anos.
Uma outra opção poderia ter sido uma volta ao mundo, mas preferi um percurso contínuo, por terra (sempre que possível). E, como disse acima, não queria apressar-me nesta aventura.
Se dissesse que iria viajar assim, à volta do mundo, talvez fosse necessário estabelecer um horizonte temporal e, até, um maior orçamento. Seria necessário viajar demasiado de avião, longas escalas, horas em filas de aeroportos. No fundo, seria um somatório de várias viagens numa só.
Procurava algo diferente, mais exigente até. Procurava sair da zona de conforto. Queria continuidade e contraste. Queria transição e diversidade. Queria alguma dose de incerteza e quebrar estereótipos. Queria visitar países para onde, talvez, fosse difícil viajar.
Porquê viajar de comboio?
Durante mais de uma década vivi no país que abriu portas à Revolução Industrial – Inglaterra. Passei centenas de horas a viajar de comboio no Reino Unido, a ler e a ouvir a relação de amor-ódio que os ingleses têm por este meio de transporte. Comecei, também eu, a apreciar todos os benefícios do comboio como forma de me levar De Portugal a Macau.
Se viajasse de forma privada, ou seja, de carro ou caravana (algo que ainda ponderei), iria ganhar maior autonomia – talvez até fosse mais económico. No entanto, iria perder outros aspectos que, na minha opinião, são mais importantes para um projecto deste género.
Por exemplo, não iria conseguir ter tempo para observar de perto as gentes locais e os seus costumes e de, com eles, partilhar histórias. Iria perder, creio, autenticidade. Ao viajar de comboio, posso também estar mais relaxado, dormir, conversar, ler ou trabalhar durante longas distâncias. De carro, tudo isto seria impossível.
E não existe, do meu ponto de vista, transporte tão romântico como o comboio.
Porquê viajar entre Portugal e Macau?
Dizem-me que a viagem mais longa de comboio é entre Portugal e o Vietname e que poderia fazer esse percurso. Todavia, nesta aventura não procuro ser o primeiro, o segundo ou o terceiro a fazer a viagem X ou Y. Não pretendo ver 10 ou 20 países em 10 dias ou algo dentro desses parâmetros de títulos.
Em relação ao percurso até Macau, também acontece porque 2019 é o ano em que se assinalam 20 anos da transição da Região Administrativa Especial de Macau para a China. A viagem coincide assim com esta importante efeméride. Além disso, Macau sempre me despertou um enorme interesse – tanto que ponderei nos últimos anos lá viver.
Uma viagem de longa duração – como a que planeei entre Portugal e Macau – é para mim mais satisfatória, pois uma típica volta ao mundo quase que nos obriga a ver mais e mais. Numa viagem longa, pode-se estar mais relaxado.
Além disso, uma volta ao mundo é menos flexível do que se partir com uma ideia de viajar pela América do Sul durante uns meses – sem a pressão de chegar onde quer que seja.
O que quero dizer é que é mais importante, para mim, estar parado numa esplanada a conversar com alguém que conheci minutos antes do que sair a correr para ver mais um museu, mais uma muralha ou outro ponto turístico.
É uma viagem para absorver a cultura, se conseguir, e não “picar pontos”. Claro que quero ver, por exemplo, San Sebastián, regressar a Belgrado, Pamukkale e tantos outros lugares na Europa e Ásia.
Mas esta não é uma viagem apenas sobre Macau – Macau é a linha que liga todo o projecto, mas esta é uma aventura de descoberta e enriquecimento pessoal.
Qual a rota desta viagem?
Poderia ter escolhido inúmeras rotas para viajar entre Portugal e Macau. É uma viagem definida em conjunto com a minha companheira de viagem e com critérios de datas, rotas e custos dos quais temos apenas estimativas.
Sem saber se na primeira segunda-feira de Junho ou Agosto vou estar na Europa ou já na Ásia, porque, embora o destino (Macau) seja aqui um ponto importante, a viagem é o que mais me motiva.
A rota desta viagem é uma incógnita. Existe um plano delineado, mas os planos de viagem mudam e afirmar que vou fazer uma rota pela Alemanha e Rússia quando talvez seja obrigado (ou decida) mudar de rota, seria inconsequente.
Claro que, se seguir as crónicas que vou escrever ao longo da aventura até Macau, terá acesso ao percurso. E além das crónicas irei, claro, também partilhar dicas sobre as cidades e países por onde passar.
Quanto tempo vai durar esta aventura?
Como disse acima, não tenho uma data para terminar esta aventura. Nem sei se consigo chegar ao destino, pois o percurso implica atravessar fronteiras, pedir vistos e outras burocracias. De uma forma geral, diria que a viagem durará entre cinco e seis meses.
Tudo dependerá, também, do tempo que permanecer em cada local. O orçamento de viagem não é infinito e isso também irá, naturalmente, influenciar o ritmo da viagem, sabendo que quanto mais devagar se viaja, menos se gasta…
Porquê agora?
Porque se reuniram todos os factores que, do ponto de vista pessoal e profissional, me permitem partir nesta aventura. Porque desde há vários anos que fui economizando para uma aventura deste género.
Porque, em determinados momentos, sentimos que é preciso encontrar um propósito, desafiar-nos para uma nova fase ou porque tudo o que fazemos diariamente é insuficiente para nos manter motivados.
Sair da zona de conforto, sair da monotonia, arriscar, sair de nós próprios para nos enriquecermos mais. E, para mim, a maior riqueza consegue-se viajando, deambulando por ruas, cidades, culturas e hábitos que chocam com os nossos, sem preconceitos, sem juízos de valor.
Somente observando ou registando passos, olhares e momentos com a ajuda de uma objectiva e um bloco de notas.
Não tenho qualquer pretensão extraordinária que não seja viajar, conhecer as culturas e povos, saborear a gastronomia, realçando os contrastes entre o Ocidente e o Oriente, entre a Europa e a Ásia.
E, ao chegar a Macau, perceber como coexistem as duas formas de vida em Macau – a Portuguesa e a Chinesa e como se funda e se mantém a interculturalidade.
Foi fácil tomar a decisão?
Uma decisão destas não se toma de ânimo leve, nem em pouco tempo. E é uma decisão que se vai desenvolvendo lentamente – dentro e fora de nós. Demora vários meses a planear, surgem dúvidas, hesitações e pensam-se nos riscos, nos “ses”.
Espero ter a lucidez para perceber que, mesmo nos momentos menos bons (que espero sejam poucos) esta foi a única decisão possível, a decisão acertada. Se ficasse e nunca partisse, iria arrepender-me de nunca ter tentado. E não tentar não era opção.
Bem sei que nem todos podemos largar tudo e partir assim – quase – sem destino, sem datas, sem regresso carimbado no bilhete de avião. Mas também sei que o maior obstáculo é, na maior parte das vezes, a motivação – mais do que a falta de economias.
Recordo sempre quando há vários anos presumi que era fumador regular e “fumei” um maço de tabaco por dia, durante um ano. Com esse dinheiro comprei um bilhete de avião para ir ao Brasil. Também podia ter comprado um computador, telemóvel, carro, televisão, etc.
Porém, há muito tempo que defini a minha opção: viajar.
O que esperar desta viagem?
Com toda a certeza não posso afirmar o que esperar, porque há sempre incógnitas e imprevistos. No entanto, o meu plano é publicar crónicas que transportem para os locais que visito, as pessoas que seguem a viagem à distância.
Como fotógrafo, ambiciono também captar imagens que representem de forma fiel os destinos, culturas, costumes, gastronomia e paisagens naturais e urbanas.
Dado estar em movimento e condicionado pela ligação à internet, é possível que as publicações sejam menos regulares do que até aqui tem sido hábito no blog ou nas redes sociais. Porém, espero que sejam histórias e imagens cuja qualidade motive outros viajantes a partir em busca de uma aventura – de longa ou curta duração.
Do mesmo modo, irei continuar a partilhar dicas para cada local por onde passo para que tenha toda a informação caso também o deseje visitar.
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Foi criada esta secção especial no blog para seguir todas as histórias, dicas e aventuras relacionadas com esta viagem especial ao longo dos próximos meses. A viagem pode, igualmente, ser seguida através das redes sociais Instagram e Facebook e, de forma privilegiada, no email ao subscrever a newsletter.
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Quanto custa uma aventura como esta?
O custo depende do tempo que dura a viagem, do nível de conforto, dos hotéis escolhidos, do percurso traçado, da velocidade a que se viaja, dos meios de transporte.
Cada pessoa tem a sua forma de viajar. A minha é simples: quero viajar pelos pratos de todos os países, provar as comidas e bebidas locais. Nos hotéis que escolho, o mais importante é que estejam limpos, sejam confortáveis e – em cidades – bem localizados. Não interessa se é um hostel, apartamento, hotel ou tenda.
Tenho uma estimativa e, no final, da viagem farei as contas. Creio que irá custar menos do que uma lua-de-mel típica.
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