Os Sete Lagos, ou Haftkul, estão situados no Tajiquistão, perto da cidade de Panjakent. É uma série de lagos montanhosos que nos chocam (no bom sentido) com a sua incrível beleza natural e cores vibrantes.
Os Sete Lagos são também conhecidos como Lagos Haftkul ou Lagos Marguzor. Envoltos pelas Montanhas Fann, no desfiladeiro do Rio Shing, são locais fantásticos. O último lago, o Hazorchashma, é o que se encontra a maior altitude, a 2400 metros acima do nível do mar.
Os lagos são alimentados por correntes de água vindas das montanhas e, por vezes, só ficam cheios a partir do Verão, enquanto no Inverno chegam a congelar.
Esta é uma região do Tajiquistão que tem sido subestimada por muitos visitantes e, por isso, é um lugar ainda mais incrível para conhecer.
Para visitar os Sete Lagos irá fazê-lo por ordem ascendente. Cada qual com o seu nome e significado, representam uma zona fantástica do Tajiquistão, que pode ser visitada a partir de Samarcanda, no Uzbequistão.
Nos próximos anos, não tenho dúvidas que esta área se vai tornar um destino de popular, proporcionando vistas espectaculares na paisagem montanhosa do Tajiquistão.
Visitar os Sete Lagos — um por um no Tajiquistão
É difícil não querer parar constantemente para tirar fotos quando estamos a subir pela estrada de curvas sinuosas e precipícios vertiginosos.
Os Sete Lagos são: Nezhigon, Soya, Gushor, Nofin, Khurdak, Marguzor e Hazorchashma.
Lago Nezhigon
O lago a mais baixa altitude (1640 metros de altura) é o Lago Nezhigon e o primeiro que encontramos ao viajarmos desde Panjakent para os Sete Lagos. Com cerca de 20 metros de profundidade, a sua designação é atribuída à palavra tajique para “pestanas”, embora a ligação a este nome seja um mistério.
A água do Lahgo Nezhigon é composta por um alto teor de minerais como sódio e cálcio. A incidência da luz e a estação do ano podem tornar a água-turquesa, azul ou até roxa. Por isso, recomendo que ao parar por ali dê uns passos e explore a zona do lago para ver as várias tonalidades.
E ao atravessarmos a barragem natural que separa Nezhigon do Soya (o segundo lago) temos também uma vista deslumbrante do Lago Nezhigon.
Lago Soya
Se continuarmos a subir pela estrada sinuosa das Montanhas Fann, chegamos ao segundo ponto de água: o Lago Soya. Situado a cerca de 1700 metros de altitude, apresenta uma área de superfície com o dobro do tamanho do primeiro. A palavra Soya (ou soja) significa “sombra” em tajique, uma designação que deriva das sombras das montanhas escarpadas em que o lago se encontra.
Assim como o primeiro lago, a cor do Lago Soya também muda consoante o clima e a hora do dia.
Lago Gushor
Apenas cerca de 500 metros separam o Lago Soya do Lago Gushor (o terceiro). A quase 1800 metros de altitude, ocupa uma área duas vezes superior ao anterior. De acordo com os tajiques, o nome significa “vigilante”. Este seria um local onde era (é?) costume encontrar cobras venenosas, pelo que poderá ser essa a justificação para o seu nome, pois era (é) necessário estar sempre atento onde por onde se caminhava.
O Lago Gushor está cercado por penhascos íngremes.
Lago Nofin
O quarto dos Sete Lagos, o Lago Nofin, é o mais longo de todos, apresentando mais de 2,5 km de comprimento e 200 m de largura. A explicação do nome é, no mínimo, curiosa, pois Nofin refere-se ao cordão umbilical, possivelmente por estar no meio dos Sete Lagos e por ser muito alongado — quase como um cordão umbilical.
No extremo deste lago, a 1820m de altitude, encontramos um pequeno vilarejo onde existem alguns locais para ficar alojado e a única base possível para quem desejar alojar-se nesta área.
Lago Khurdak
O Lago Khurdak é o menor dos Sete Lagos, tendo uma área de apenas 0,025 km² e talvez por isso seja conhecido como “bebé”. Situado a uma altitude de 1870 metros, o Lago Khurdak oferece aos visitantes uma visão espectacular das paisagens montanhosas circundantes. No passado, abrigava uma pequena central hidroeléctrica que fornecia electricidade à localidade de Padrut e às áreas vizinhas.
Além disso, nas margens podemos vislumbrar uma área fluvial, onde o rio Shing altera frequentemente o seu curso, criando padrões fascinantes, especialmente durante a Primavera, quando o lago ainda não atingiu a capacidade máxima.
Lago Marguzor
O sexto lago chama-se Marguzor e este é o nome muitas vezes usado para se referir a esta área dos Sete Lagos. É o maior e é também considerado o mais bonito e mais impressionante. Para alcançá-lo, é necessário continuar por mais de 2 km pela estrada sinuosa e subir até uma altitude de 2140 metros.
Com 2,7 quilómetros de extensão, tem uma profundidade máxima de 45 metros. A estrada é, por vezes, inundada, dificultando a passagem sem um veículo apropriado.
As majestosas montanhas ao fundo criam um belo e magnífico reflexo no lago. Há evidências históricas que sugerem que na Idade Média pedras preciosas foram extraídas nas proximidades. Reconhecido como uma atracção turística emergente, o Lago Marguzor cativa os visitantes com vistas deslumbrantes e oferece uma experiência única de conexão com a natureza num ambiente magnífico.
Com águas cristalinas e um cenário soberbo, o Lago Marguzor é um local obrigatório a visitar no Tajiquistão.
Lago Hazorchashma
O mais alto dos Sete Lagos está localizado a cerca de 2400 m acima do nível do mar. O Lago Hazorchashma (ou Azorchashma) é o segundo maior, quase do mesmo tamanho do Marguzor. O nome deriva de duas palavras: hazor e chasma: “mil nascentes” referindo-se às inúmeras fontes de água que alimentam o rio tanto no solo como no subsolo.
Hazorchashma é o último lago no desfiladeiro do rio Shing, onde se encontram os Sete Lagos. Para chegar do sexto ao sétimo lago, é melhor caminhar. A estrada termina aqui e não há mais povoações daí para a frente. A estrada para o último lago também é pior que as anteriores e só pode ser percorrida num carro 4×4 (muito robusto) ou, de preferência, como eu fiz: a pé.
Com a sua localização remota e atmosfera tranquila, o Lago Hazorchashma é um local ideal para ficar durante largos minutos só a contemplar a natureza e o silêncio.
Informação extra
Quanto tempo para visitar os Sete Lagos
Para chegar aos Sete Lagos é necessário percorrer uma estrada sinuosa que passa por estes corpos de água e por vários vilarejos.
Demora-se cerca de uma hora do primeiro ao último lago — sem parar. Porém, quem vai ver os Sete Lagos não o pretende fazer apenas através da janela do carro ou sem qualquer paragem. E, acredite, que vão ser muitas as paragens até ao final do percurso.
Além da estrada ser sinuosa, a paisagem é fabulosa, pelo que deverá demorar cerca de três horas a ver todos os lagos. Todo o percurso pode ser feito de carro (muito aconselhável que seja um 4×4), com excepção do trecho entre o sexto e o sétimo lago, pois aí é preciso ir a pé durante cerca de 20 minutos. Esta distância pode, no entanto, parecer mais longa devido ao efeito da altitude.
É claro que é possível percorrer a distância dos lagos durante mais dias — se estiver disposto a caminhar em direcção a mais lagos e vales, pela paisagem quase virgem das Montanhas Fann.
Embora todos os lagos se espalhem por uma extensão de 14 quilómetros, se planeia parar em cada lago (altamente recomendado), reserve um mínimo de 5 horas ou (ainda melhor) um dia inteiro para visitar os Sete Lagos — isto se sair de Panjakent ou Samarcanda. Aliás, foi a partir desta fantástica cidade do Uzbequistão na Rota da Seda que fui visitar os Sete Lagos.
Caminhar é também uma opção, pois o percurso é fácil, mas pode levar um dia para cada lado. As Montanhas Fann, a região onde se encontram os Sete Lagos, não são tão famosas como as Pamir, no Leste do país, mas permitem desfrutar da natureza com o mínimo de esforço (ou tempo) no Tajiquistão.
Como chegar aos Sete Lagos
A única maneira de chegar aos Sete Lagos é de carro. O Tajiquistão é um país amigável, mas a logística para viagens independentes pode ser um pouco difícil, pois não existem muitas infraestruturas.
Se já estiver a viajar no Tajiquistão, então poderá chegar aos Sete Lagos desde a cidade de Panjakent, a 40 quilómetros de distância ou Dushanbe (260 km – 5 horas).
Devido à proximidade da fronteira com o Uzbequistão, é possível visitar os Sete Lagos através de Panjakent, mas a passagem da fronteira de Jartepa-Sarazm irá acrescentar tempo à distância de cerca de 100 km desde Samarcanda. Mas foi aqui que atravessei de manhã e fiz o caminho inverso, no regresso.
Pode usar um táxi partilhado, ou então contratar um tour antes de partir, ou depois já na fronteira. A maioria dos táxis partilhados irá parar no terceiro lago. A partir daí, terá de caminhar ou apanhar boleia.
Quando visitar os Sete Lagos
De meados de Junho a final de Agosto é a época mais mais popular, quando o clima está mais quente. Durante os meses de Inverno (entre Novembro e Abril) o acesso às Montanhas Fann pode ser complicado devido à neve. As estradas podem até ficar intransitáveis.
Porém, devido à menor elevação de Haftkul — em comparação com o resto das Montanhas Fann — visitar os Sete Lagos no Inverno não é totalmente impossível.
A melhor época para visitar os Sete Lagos é entre Maio e Outubro, no entanto, eu estive na região no final de Março e o cenário era absoltamente arrebatador, com uma temperatura já agradável e os picos das montanhas ainda cobertos de neve.
Visto para o Tajiquistão
Os cidadãos portugueses que desejem visitar o Tajiquistão não precisam de visto para entrar no país para estadias até 30 dias. Desde 1 de janeiro de 2022, Portugal passou a estar incluído num regime de isenção de vistos implementado pelas autoridades do Tajiquistão.
Dinheiro no Tajiquistão
A moeda oficial do Tajiquistão é o somoni (TJS), que é subdividido em 100 dirams. É sempre útil ter um pouco de dinheiro local ao viajar para o Tajiquistão para despesas menores e para situações onde o pagamento em dinheiro é preferível e muitas vezes a única forma de pagamento viável.
Se partir do Uzbequistão, pode facilmente trocar dinheiro na fronteira. Verifique as taxas de câmbio antes de trocar e esteja ciente das comissões adicionais.
Cartões como o Wise são aceites, especialmente em áreas urbanas e turísticas, mas é sempre bom ter dinheiro em espécie como plano B, especialmente em áreas mais remotas.
Onde ficar nos Sete Lagos
Nos últimos anos, várias pequenas aldeias desenvolveram programas de turismo de base comunitária para criar instalações básicas para turistas, sobretudo perto do Lago Nofin. Estas pousadas ou alojamentos familiares, embora simples, permitem aos visitantes mergulhar na vida e na atmosfera local. Outra opção é acampar ao longo dos rios e lagos.
No entanto, se quiser ficar alojado nos Sete Lagos, a Jumaboy Guesthouse, perto do quarto lago (Nofin) terá boas condições a um preço reduzido. Aí também servem almoços e jantares a um preço muito acessível.
Na cidade de Panjakent existem ainda outras óptimas opções como:
Se optar por viajar a partir de Samarcanda, então aí também não faltam hotéis, casas particulares e albergues para dormir. Recomendo os seguintes:
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Organizo e lidero viagens em grupo para destinos que conheço bem. E só faço viagens com pequenos grupos (máximo de 12 pessoas).
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