Quando terminei a minha viagem de seis meses, De Portugal a Macau, dei uma palestra no Instituto Politécnico de Macau sobre a minha aventura e sobre a Rota da Seda. Um dos alunos chineses perguntou-me “o que é viajar?”.
Fiquei surpreendido com a pergunta. Não sabia o que responder, porque nunca tinha sequer colocado essa questão a mim mesmo. Sempre assumi que sabia ou que era óbvio – sobretudo para mim – o que é viajar.
Será partir? Será voltar? Ou será ir e regressar? Ou será aventurar-se sem destino, sem datas, sem guião e sem fronteiras? Será, antes, a soma de tudo isto? Será só abalar e permanecer?
Talvez viajar seja perder-me ou, ao invés, encontrar-me. Talvez seja estar perdido até ser encontrado por alguém ou (re) encontrar alguém que estivesse perdido.
Viajar não é, para mim, certamente uma competição. Não é contar países ou cidades. Não é ver monumentos, embora também seja isso. Não é saltar de cidade em cidade, de praia em praia, de atracção em atracção.
É cada vez menos, para mim, um roteiro saltimbanco, embora também seja um pouco disso mesmo. Não é contar os tostões, embora eu queira sempre poupar dinheiro para voltar a viajar. Não é comprar e gastar sem pestanejar. Não é acusar quem opta por outra vida e não pensa, ou sonha tampouco, viajar.
Viajar é também pesquisar e reservar e parar na rua para perguntar sem se atrapalhar. É não ter medo de encontrar estranhos, de perder (ou antes ganhar) tempo com eles. É ficar sentado a ouvir as ondas do mar, a olhar para o horizonte sem saber onde a terra tem fim e o céu tem início.
Não sei se viajar é ouvir e falar, andar de lugar em lugar ou apenas ficar e esperar. Esperar pelo barco que parte, pelo avião que descola, pelo comboio que passa, pelo carro que acelera. Esperar pelo amigo para viajar, desesperar pela namorada até esta se aprontar ou somente ficar, aguardar e observar.
Viajar talvez seja esquecer e largar tudo e saltar de país em país, de lugar em lugar. Ou talvez seja apenas revisitar aquele lugar. Talvez viajar seja inalar o pó do deserto, tocar a espuma das ondas do mar, abrir a palma da mão para sentir os pingos da chuva a desfazerem-se. Quiçá seja tão simplesmente sentar-me numa rocha fria da montanha e contemplar. Sem olhar para o relógio, sem horários, sem agenda.
Talvez viajar seja, para mim, um acto inebriante, egocêntrico, inusitado e impulsivo. Ou talvez seja uma decisão ponderada, programada, racional e fria. Ou, antes, um movimento fugaz, inesperado e irracional.
Viajar é, para mim, aquilo que eu quiser que seja. Sem ter que agradar, facultar ou inventar. Talvez viajar, seja encher a alma de coragem, abandonar tudo e todos. Talvez seja correr riscos e desistir para, afinal, voltar a tentar. Talvez seja tentar e nunca desistir.
Aquela pergunta “O que é para ti viajar?” invadiu-me o pensamento inúmeras vezes nas últimas semanas e, por isso, tentei encontrar uma resposta. Mas não sei se a resposta será alguma vez suficiente ou se irei até, algum dia, conseguir responder com total clareza.
Porque, porventura viajar seja algo que, como a língua, como nós próprios, muda em vários momentos das nossas vidas. “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, já escrevia o poeta português Luís de Camões e já cantava José Mário Branco.
Não sei se respondi à questão o que é viajar? Talvez viajar seja regressar, mesmo quando não há vontade de voltar.
Dito isto, apetece-me mesmo viajar.
E para si, o que é viajar?
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