Jovens recebem lições de equitação, crianças atiram restos de pão para os patos, gansos e outras aves que visitam os lagos do Richmond Park – o maior parque em Londres.
No ar, minuto após minuto, observo aviões de passageiros que sobrevoam o parque – na rota área entre o aeroporto de Heathrow e o resto do mundo. Satisfaz-me, no entanto, que o som dos ruidosos motores dos Boeing e Airbus seja ofuscado pelos ecos da natureza e dos risos de felicidade dos grupos de visitantes.
Reparo nos visitantes que repousam um dos mais bonitos parques em Londres, contemplando a natureza – nos polidos bancos de madeira dispersos ao longo do parque – enquanto outros folheiam atentamente jornais, livros e revistas.
Por vezes, erguem o olhar para assistir ao esforço de ciclistas – na estrada de alcatrão que circunda o Richmond Park – e de corredores amadores – que sobem e descem as colinas verdejantes.
Num desses bancos de madeira já gasto pelo tempo, encontro as palavras “Reasons to Be Cheerful” (Razões para ser feliz). Este banco foi instalado em homenagem a Ian Dury, um popular cantor pop/rock, que frequentava com regularidade o parque.
Reasons to Be Cheerful foi uma das suas músicas com maior sucesso.
Why don’t you get back into bed? Why don’t you get back into bed?
Reasons to be cheerful, part three
1, 2, 3
Summer, Buddy Holly, the working folly
Good golly, Miss Molly and boats
Hammersmith Palais, the Bolshoi Ballet
Jump back in the alley and nanny goats
Eighteen wheeler Scammells, Dominica camels
All other mammals plus equal votes
Seeing Piccadilly, Fanny Smith and Willie
Being rather silly and porridge oatsIan Dury”
Da realeza à actualidade com poucas mudanças
Situado na zona sudoeste de Londres, o Richmond Park é um belo parque, a curta distância do centro da cidade, mas ainda assim longe o suficiente para escapar ao febril ritmo de populares lugares como Piccadilly Circus, Borough Market ou do próprio Hyde Park.
O Richmond Park já não é tão extenso como outrora, nem é um parque tão famoso como o Hyde Park, o St James´s Park ou o Regent’s Park. Mudou, porém, pouco ao longo dos séculos e continua a ser um dos parques mais importantes de capital de Inglaterra.
Está cercado por habitações e uma auto-estrada, mas uma vez no interior do extenso parque poder-se-á pensar que se está numa qualquer reserva natural (quase) isolada da selva urbana.
A paisagem variada de colinas, jardins, bosques e árvores antigas é animada por diversificada vida selvagem.
O destaque são as populações de veados que habitam o parque, obrigando a que haja cuidados redobrados nas épocas da reprodução. Estes tornam-se mais agressivos perante a presença humana nestes períodos. Os incidentes são, no entanto, quase inexistentes.
De Verão, ou Inverno, na Primavera ou Outono o parque atrai, sobretudo, moradores locais já que a esmagadora maioria dos turistas que visita Inglaterra desconhece ou ignora esta pérola natural da cidade.
Não obstante estar a uma curta distância do centro de Londres, são poucos os que deixam o rebuliço do centro da capital inglesa para aqui se deslocar.
O Richmond Park transforma-se a cada estação e este é um dos melhores parques em Londres. A vegetação muda, o comportamento dos animais e humanos altera-se, de forma significativa.
No Inverno, os visitantes são mais reduzidos, limitando-se a famílias mais obstinadas e idosos cansados de estar em casa diante da televisão.
A partir da Primavera, o número de visitantes aumenta, atingindo o auge no Verão quando o sol se estende para além das nove da noite, o céu está azul, a temperatura amena e o pôr-do-sol é encantador.
Escuta-se o típico barulho de sacos plásticos – repletos de snacks, cervejas e doces. Estendem-se toalhas na cuidada relva e inaugura-se, oficialmente, a época dos piqueniques do Verão inglês.
De facto, tenho muitas razões para ser feliz no Richmond Park.
Sir David Attenborough, um residente de Richmond Park
Já visitei o parque, no sudoeste de Londres, pelo menos duas dezenas de vezes, no gelado Inverno londrino, na esverdeada Primavera e durante o breve calor do Verão inglês. Mas sem dúvida, que a minha estação favorita para visitar é o Outono.
Chegado o Outono, o número de pessoas no interior do parque diminui e o parque incorpora o seu vestido dourado, as folhas dos carvalhos e castanheiros cobrem o terreno, agora seco.
Nas manhãs, bonitas, com o peculiar fino manto de nevoeiro, moradores passeiam animais de estimação, papagaios verdes agitam-se em ruidosos voos colectivos e os reis do parque – os veados – lançam olhares sedutores na direcção das fêmeas disponíveis.
Os 1200 habitantes mais antigos e maiores do Richmond Park – as árvores – assistem com passividade a toda esta evolução de sons, cores e tons.
Sir David Attenborough, o famoso naturalista, voz e face dos principais programas de natureza das últimas cinco décadas vive a menos de cinco minutos, a pé, de Richmond Park. De todas as vezes que lá estive, infelizmente em nenhuma ocasião tive a sorte de o encontrar por lá.
Informação extra
Principais factos sobre o Richmond Park
Inauguração
O parque foi criado no século XVII pelo Rei Charles I como uma reserva de caça de veados. O acesso público sem restrições foi decretado mais tarde, em 1872.
Área
10 km2 (o maior parque de Londres e três vezes o tamanho do Central Park, em Nova Iorque)
Fauna e Flora
É estimado que mais de 600 veados vagueiem livremente pelo Richmond Park. A reserva natural é um importante refúgio para outros animais selvagens, incluindo papagaios, periquitos, pica-paus, esquilos, coelhos, cobras, rãs, sapos, morcegos, borboletas e besouros.
Os registos incluem 144 espécies de aves, 139 espécies de aranhas, cerca de 750 espécies de borboletas e mariposas e mais de 1350 espécies de besouros.
Existem cerca de 30 lagoas ou pequenos charcos no parque, incluindo Barn Wood Pond, Bishop’s Pond, Gallows Pond, Leg of Mutton Pond, Martin’s Pond e White Ash Pond.
Existe uma enorme variedade de flores silvestres que crescem no solo mais ácido e pobre em nutrientes e mais de 1200 árvores seculares preenchem a paisagem – algumas anteriores ao recinto do parque.
Como visitar o Richmond Park
Pode começar por fazer o download do mapa do Richmond Park para uma melhor orientação e assim decidir qual o melhor acesso.
Existem 11 portas de entrada, cinco para acesso de veículos automóveis e outras seis para acesso de peões:
- Ham gate
- Richmond gate
- Roehampton gate
- Sheen gate
- Kingston gate
Exclusivas para peões
- Robin Hood gate
- Bog gate
- Cambrian gate
- Bishop’s gate
- Ladderstile gate
- Petersham gate
O Richmond Park é acessível por transporte público, podendo planear a sua viagem através do site do Transport for London (TFL), inserindo o nome do parque ou o código postal (TW10 5HS), embora devido à enorme área do parque possa não ser totalmente claro que transporte deve seleccionar.
Metro e Comboio
A estação de Richmond é servida por comboio suburbano e Metro (Tube) – através da District Line – mas para chegar ao parque terá ainda depois de apanhar o autocarro 371 ou 65 para aceder à entrada de Petersham.
Autocarro*
Diversos autocarros podem deixá-lo à porta do parque, nomeadamente:
Hammersmith – Richmond – 190, 391, 419, R68
Zona Norte
Hammersmith – Richmond – 33
Richmond – Clapham Junction – 337
Richmond – Wandsworth – 485
Zona Sul
Putney – Kingston – 85/N85
Putney – Tolworth – 265 P
Roehampton Plough – Esher – K3
Zona Este
Roehampton – East Acton – 72
Richmond – Tooting – 493
Zona Oeste
Kingston – Ealing Broadway – 65
Kingston – Richmond – 371
* Informação recolhida na página oficial do parque
Horário de abertura
O Richmond Park está aberto a veículos a partir das 7h00 da manhã, no Verão, e 7h30, no Inverno. Os acessos para veículos fecham pouco após o pôr-do-sol.
Os seis portões para pedestres estão abertos 24 horas, excepto durante o período de abate de alguns animais (para controlo dos números), em Novembro e Fevereiro. Durante estes períodos, o acesso ocorre entre as 7h30 e as 20h.
Segurança
Apesar de estarem habituados à presença humana, os veados, no Richmond Park, continuam a ser selvagens e o seu comportamento é imprevisível, sobretudo na época de acasalamento.
Os animais sentem-se muitas vezes ameaçados pela presença demasiado próxima de grupos de pessoas, fotógrafos em particular, e de cães. As autoridades do parque aconselham a manter uma distância de segurança de pelo menos 50 metros.
Durante as estações do cio (Setembro – Outubro) e do nascimento das crias (Maio – Julho), até é recomendável não levar cães para o interior do parque.
Melhor altura para visitar o Richmond Park
Sem margem para dúvidas, o Outono é a melhor altura para visitar o Richmond Park. Com excepção de um ou outro fim-de-semana mais agitado, o ambiente é tranquilo, as cores são sedutoras.
Carvalhos e castanheiros despem-se para outro Inverno e a vida selvagem está activa, em antecipação para o longo período invernal.
A partir da Primavera, sobretudo, existem vários eventos no parque, incluindo caminhadas, passeios guiados gratuitos e passeios a cavalo (pagos).
Outros parques famosos em Londres
- Hyde Park
- St Jame’s Park
- Regent’s Park
- Primrose Hill
- Kensington Gardens
- The Green Park
- Bushy Park
- Greenwich Park
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