Planear uma viagem de longa duração é uma tarefa que requer organização, tempo, paciência e mais alguns factores essenciais. Usei muitas destas dicas para planear a minha viagem de longa duração, de comboio, entre Portugal e Macau.
No entanto, vários detalhes deste artigo servem também para viagens de curta-duração, para umas férias de uma semana e para outras aventuras – independentemente do tempo que dure.
Dicas para planear uma viagem de longa duração
Quanto tempo preciso para planear uma viagem de longa duração?
Esta é uma fase crucial de uma viagem de longa duração. Consoante o roteiro e ideia para a viagem, maior ou menor o detalhe da preparação.
Se vai viajar apenas por países ocidentais, então a preparação necessária é bastante menor do que se pretender visitar países asiáticos ou africanos, por exemplo. Porque, normalmente, irá necessitar de tratar de burocracias como vistos ou vacinas para estes países.
Deixar o emprego ou pedir licença sem vencimento?
Este é, provavelmente, o momento mais ansiado para muitas pessoas que vão partir numa viagem de longa duração. Reúna-se com o seu chefe e comunique-lhe a decisão.
Se gostar mesmo do seu emprego, mas está apenas a precisar de uma paragem, de algum distanciamento, de fugir à monotonia do dia-a-dia, então tente negociar uma pausa sabática.
Muitas vezes, a resposta é positiva. Irá sem dúvida regressar ao trabalho com muito mais energia. E, tal como convidar alguém para sair consigo, não irá saber a resposta a não ser que faça a pergunta. Arrisque.
O que deve fazer com a casa? Arrendar ou vender?
Aproveite também para se livrar de tudo o que não necessita. Antes de viajar, vasculhe a casa, faça uma lista do que pode vender e arrecade algum dinheiro com isso. Poderá também, como fiz, doar roupas e outros objectos para instituições de caridade.
Decida se vai arrendar a casa ou vendê-la e trate das limpezas e algumas decorações para a tornar mais atractiva para potenciais inquilinos ou compradores. Prepare também o cancelamento das contas da luz, água, internet e televisão por cabo.
Como escolher a companhia para a viagem?
Vai viajar sozinho? A dois? Ou em grupo? São questões pertinentes. E que transportes vai utilizar? Pretende atravessar a Europa a pé ou África de bicicleta? Ou pretende visitar vários países espalhados pelos cinco continentes? Cabe-lhe a si encontrar a resposta a estas perguntas.
Nenhuma viagem é melhor que a outra. Tudo depende da sua motivação, das preferências e gostos, do ritmo de viagem que deseja. Qualquer que seja a opção, existem vantagens e desvantagens.
Como calcular os custos de uma viagem de longa duração?
Numa viagem de longa duração, os custos são importantes, mas nunca devem ser assumidos como exactos ou estáticos, pois entre a altura da pesquisa e a data da viagem tudo pode mudar.
Por exemplo, na viagem de comboio entre Portugal e Macau, pesquisei os preços das viagens — mais ou menos dentro das datas que queria viajar — para ter uma noção aproximada dos valores.
Porém, numa viagem que se arrasta por vários meses a flexibilidade tem de ser imensa. Por isso, as viagens ou hotéis são marcados na semana, no dia anterior, no próprio dia ou ao balcão.
Claro que se pode esperar por um dia mais barato, no entanto, nunca será tão económico quanto marcar com meses de antecedência.
É importante ter em conta que os custos da viagem começam bem antes de partir. Há custos, como o seguro de viagem que podem ser amenizados – por exemplo, se utilizar este link tem 5% de desconto com a IATI seguros.
Não esqueça que terá de contabilizar o custo de factores como: seguro de viagem, vistos, voos, transportes locais, hotéis, atracções turísticas, aluguer de carro, combustível, tours, compras no supermercado, idas a restaurantes ou saídas à noite.
E, também, deixar margem para imprevistos, como roubos ou perdas de equipamento, bagagem ou documentos pessoais. Por isso, sempre recomendo que viaje com seguro de viagem.
Faça uma pesquisa para um dos elementos que referi acima, para ter uma ideia de quanto custam. Por exemplo, fiz isso com hotéis e aluguer de carros, que tal como os voos sofrem oscilação de preços.
Outros factores como o seguro de viagem são mais exactos, pois a oscilação é mínima. É importante ter uma ideia do custo de vida em cada país. Tudo isto, permitiu-me ter uma base para calcular o total da viagem.
Como organizar o itinerário?
Esta é uma parte que considero fulcral. Porquê? Porque, por experiência própria, existe a tendência natural de querer ver tudo em cada país. Para isso, precisaria de uma outra vida.
Além disso, se quer mesmo fazer uma longa viagem ou uma volta ao mundo, por seis meses ou um ano, irá ter de adaptar a forma de viajar. Pelo menos, foi isso que senti.
Desde o primeiro momento em que comecei a planear a minha viagem entre Portugal e Macau de comboio, que assumi que tinha de modificar radicalmente o modo de viajar.
Em primeiro lugar, para mim, uma viagem que se estende por vários meses não deve ser uma soma de várias viagens ou férias de 15 dias.
Viajar durante seis meses ao mesmo ritmo de uma viagem de duas semanas levará qualquer pessoa à loucura e irá cansar-se ainda antes de ter partido. Por isso, resista à tentação de querer ver todas as atracções turísticas de cada país.
Para planear a minha viagem por terra, entre Portugal e Macau, comprei vários guias de viagem da Lonely Planet e comecei por atirar pontos para um mapa da Google. Adicionei os que achei interessantes, uns mais conhecidos, outros menos.
Todavia, sem nunca ser obrigado a ver o que quer que seja. Isto serviu mais para ter um esboço de um roteiro e, a partir deste, traçar o meu plano de viagem.
Depois iniciei uma pesquisa sobre transportes ao longo do trajecto esboçado. Entretanto, fui eliminando pontos que deixaram de fazer sentido. Se antes tinha 10 pontos num mapa, risquei cinco. Não porque fossem desinteressantes, mas prefiro estar cinco dias num local onde me sinta bem do que estar a pular a cada dois dias ou noites — e o cansaço de fazer e desfazer malas, procurar hotéis, ver ligações terrestres, etc.
Além disso, ao ficar mais tempo num sítio permite-me, quiçá, conhecer mais a fundo uma cidade, região e cultura. Por exemplo, passei duas semanas na Capadócia e 45 dias na Geórgia.
O que levar na bagagem?
Menos do que pensa. Na verdade, apenas necessita de colocar na bagagem o mesmo que leva para umas férias de uma semana ou 15 dias. É claro que ao viajar por um longo período, deverá precisar de equipamento e roupa para dias quentes e frios. Pense em roupas leves e que sequem depressa.
É melhor ter duas blusas polares do que uma blusa de lã. As roupas sintéticas secam bem mais depressa do que roupas de algodão. Cinco peças de roupa interior são suficientes – talvez até menos. Em todo o lado pode lavá-las.
Seja no lavatório da casa de banho do hotel ou numa lavandaria do bairro da cidade. Acredite que quer seja em Teerão, em Paris ou em Fez, as pessoas também lavam roupa…
Depois é preciso ter um bom par de ténis ou umas boas botas não muito quentes. Eu optei por viajar com dois pares de ténis – uns mais versáteis e outros para correr (não dispenso a actividade física mesmo quando viajo).
Inicialmente tinha colocado na mochila um saco-cama leve, mas decidi deixá-lo para trás, pois ocupava muito espaço.
A importância do clima na escolha do itinerário
Embora o clima não impeça de realizar uma viagem de longa duração, na maior parte dos casos, a verdade é que é importante ter atenção ao roteiro e às datas de partida.
É importante evitar que a sua passagem por algumas regiões coincida com momentos em que ocorram fenómenos naturais como furacões ou tempestades tropicais (como em Cuba), monções no Sri Lanka ou Índia, calor excessivo em zonas desérticas (Uzbequistão).
Ou ainda, se assim o desejar, estar presente em épocas específicas do ano para assistir a eventos como migrações de animais ou festivais culturais.
Flexibilidade nas datas
É fundamental perceber que as datas de partida são apenas pontos indicativos e que quanto maior a flexibilidade, maiores serão as poupanças. Por outro lado, convém ter em mente que numa viagem de longa duração nem tudo vai correr bem.
Vão surgir imprevistos e é preciso estar preparado minimamente para reagir a adversidades, contornar problemas, como doenças, acidentes, roubos, perdas de equipamento ou atrasos nos transportes.
Paciência acima de tudo
Relacionado com a flexibilidade é preciso ser paciente numa viagem de longa duração, caso viaje sozinho ou, como é o meu caso, a dois. Quando se partilha o mesmo tecto de hotel, de comboio, de barco, e todos os momentos de cada dia podem surgir pequenos conflitos.
Mesmo numa viagem a dois, é fundamental cada qual ter um pouco de espaço. Por exemplo, encontrar espaço para ler, sair e correr ou apenas ir ao café, enquanto o outro dorme.
Cuidados de Saúde
Trace o itinerário, veja os países e regiões por onde vai passar e faça uma breve pesquisa online para perceber que vacinas ou medicamentos necessita.
Por exemplo, se necessita da vacina para a febre-amarela ou comprimidos para a malária. Fale com o seu médico ou vá à consulta do viajante na sua cidade, ou região.
Segurança na viagem
Antes de partir de férias verifico sempre a situação de segurança no país e/ou região que vou visitar, para não ser surpreendido com problemas que podia ter evitado, como greves, cortes de estrada, protestos ou situações mais graves como catástrofes naturais e terrorismo.
Por isso, invariavelmente uso o site do governo inglês para consultar informação actualizada.
Que documentos são necessários?
Prepare, com antecedência, a lista de documentos que necessita. Estes incluem, normalmente, a emissão ou renovação do passaporte.
O tempo de espera em alguns locais de Portugal para a emissão do passaporte electrónico é elevado, por isso peça-o o quanto antes. Lembre-se que muitos países exigem passaporte com, pelo menos, seis meses de validade.
Além destes, confirme que os cartões de crédito ou débito não vão expirar enquanto está a viajar. Se vai alugar carro, então veja se necessita de pedir uma licença internacional de condução. Eu pedi a minha no ACP – a emissão foi gratuita ao tornar-me sócio por um ano. O custo foi de 48€. No IMT, o valor é um pouco mais barato.
Dinheiro
Leve sempre algum dinheiro consigo, nomeadamente dólares ou euros, pois são aceites facilmente em vários países e casas de câmbio. E se não utilizar esse dinheiro pode sempre trocá-lo de volta. No entanto, recomendo para maior cómodo e facilidade que use cartões.
Eu uso o cartão Wise para evitar taxas e comissões bancárias.
Aprenda línguas
Se vai viajar para países desconhecidos talvez seja útil aprender — pelo menos — algumas palavras para poder comunicar minimamente com os povos locais e entender para onde vai. Por exemplo, se viajar para a Rússia, aprender o alfabeto cirílico já é um excelente começo.
Crie um calendário e lista de tarefas
Uma das coisas que mais me ajudou a executar o planeamento da minha viagem de longa duração entre Portugal e Macau foi criar um calendário onde inseri todas as tarefas (pequenas e grandes) que precisava de fazer até à data prevista de partida. Isso permitiu-me fazer tudo o que precisava de uma forma ordenada e sem stress.
Sempre que quiser marcar um voo, um hotel ou comprar seguro de viagem, use as plataformas que eu recomendo e confio. Só tem de clicar nos links abaixo antes de pesquisar as suas viagens.
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Organizo e lidero viagens em grupo para destinos que conheço bem. E só faço viagens com pequenos grupos (máximo de 12 pessoas).
Já estive em 60 países, por isso se tiver uma viagem em mente com um grupo de amigos, familiares ou colegas de trabalho, contacte-me e terei todo o prazer em planear, organizar e liderar a viagem que deseja. O roteiro poderá ser desenhado à medida, assim como o orçamento e actividades.
- Veja o calendário das viagens e inscreva-se ou diga-me para onde quer viajar em grupo e eu trato de tudo.